quinta-feira, 29 de dezembro de 2011

PORQUE NÃO ACREDITO EM HUMANOS.




PORQUE NÃO ACREDITO EM HUMANOS.

Não acredito em humanos porque todos têm uma inclinação natural para fazer o que é mal. Porque esta inclinação contagia inevitavelmente a todos os humanos na proporção em que deixam a infância e alcançam o entendimento de adultos. O conhecer a diferença entre o bem e o mal é também conhecer duas opções e inevitavelmente o homem convive com uma e outra no curso de sua vida. Uma dualidade comum a todos, onde ainda que se almeje o bem, o erro, por incontáveis vezes, vincula o homem ao mal.
Este assunto é vasto e bastante ideológico, digamos assim e muitos vão concordar com pouquíssima coisa do que vou dizer; mas minhas considerações estão longe de serem postas como verdades absolutas. São apenas conjecturas.
Serei específico com o foco no que me levou a escrever estas linhas.
Falarei sobre o mal inevitável ao gênero humano.

Acima eu disse que “...ainda que se almeje o bem, o erro, por incontáveis vezes, vincula o homem ao mal”. Claro que estou excluindo aqui os que “planejam” o mal. Aqueles que têm o mal como objetivo desejável. A estes eu não atribuo a palavra “ERRO”, justamente porque errar é “tentar acertar e não conseguir”. Os que desejam o mal não tentam acertar (fazer o que é bom). Fazem o que desejam que é o mal para o próximo em prol de seus objetivos. Logo, excluo estes da minha abordagem.
Falo aqui de toda a parcela de humanos (a grande maioria) que deseja fazer o bem, que planeja o bem, mas nem sempre consegue atingir porque o erro as leva a errar o alvo. E quem é que sofre desta dificuldade? TODOS, simplesmente todos os humanos, inclusive eu é claro. (Esse é o meu entendimento da questão).
Até aqui eu creio que está tudo bem para o amigo(a) que ousou empregar seus preciosos minutos para ler, mas acredito que daqui para diante o que eu tenho para dizer desafia alguns conceitos que estão amalgamados com o próprio entendimento do que é ser “humano” em muitas das filosofias de vida. Aqui eu serei mais obtuso sem medo de errar até porque este texto mesmo apresenta os humanos como pessoas que tentam acertar, mas que inevitavelmente incorrem eventualmente em erro. Aceito minha condição humana e não nego que meus conceitos são passíveis de serem mudados na medida em que eu evoluo, mas nem por isso me furto em apresentar como hoje penso.
Entendo que o gênero humano sofre de um estado de corrupção da alma (degeneração desta), que faz com que todos careçam de assimilarem valores excelentes no curso da vida. Valores tipo: amor, caridade, compreensão, paz, felicidade, justiça...etc... Sem os quais o humano se perde em meio a uma selvageria bestial. Humanos que são privados destes valores por toda uma vida, duas coisas acontecem com estes: Ou descobrem um líder mal que os domine e descambam para o fundamentalismo; ou vivem como bestas fera destruindo a si mesmos e a outros que nada tem com eles. Mas aí alguém perguntaria: “Mas e os que recebem educação familiar e com ela os valores excelentes os quais você citou acima e ainda assim descambam para o mal, ou ao menos sustentam um estado distorcido destes valores?”. Eu responderia: É exatamente isto que chamo de erro (errar o alvo). Claro, considerando que o alvo seja fazer o bem. Considero que este é o grande desafio a ser perseguido pelo homem em um mundo cada vez “menor” no sentido de espaço e recursos para subsistência. Cada vez mais é importante que os humanos desenvolvam um novo sentido de existência que não considere mais objetivos pessoais exclusivos, mas objetivos pessoais que eu chamaria, em trocadilho, de “inclusivos”. No sentido de que o meu semelhante seja menos concorrente e mais parte do meu sucesso ou fracasso. É preciso despertar a consciência de que o que chamamos de “humanidade” nunca vai ter sentido pleno se não considerarmos um todo como alvo. A humanidade é uma grande tangerina onde cada um de nós somos um gomo. Se falta um gomo a tangerina não está completa. Como podemos falar em humanidade se não somos humanos com todos?
Aqui acho que vale a pena repetir que os que “planejam o mal” estão fora da minha abordagem. Eu falo daqueles que assimilam ou tentam assimilar os valores excelentes, desejam e tentam fazer o bem, mas que por vezes erram o alvo. Aí alguém poderia me perguntar: “Mas escrevendo aqui é mole. Como saber diferenciar entre os que planejam o mal e os que estão tentando acertar, mas erram?”. Eu responderia: Eu não disse que é fácil diferenciar. Mas digo que a forma mais eficaz de fazê-lo é olhar o fruto que as pessoas produzem. Assim como as árvores recebem o nome segundo o fruto que produzem, assim humanos também produzem frutos segundo a essência que carregam em si mesmos. Se notar uma bananeira produzindo laranjas, ainda que se pareça com uma bananeira, na verdade é uma laranjeira. Se existe forma mais eficaz de diferenciação eu desconheço.

Bem, prosseguindo na linha de raciocínio focando o “desejar o bem e às vezes errar”, temos as relações humanas como o campo onde tudo se desenvolve. Sabemos e reconhecemos que não existe nada mais democrático que o erro, embora muitas das vezes vivemos como se não errássemos, como se o erro fosse uma exclusividade dos outros. Muitas vezes nos vemos como se fôssemos o sol da galáxia e todos os planetas devem girar em torno de nós. Em torno de nossos conceitos e abstrações pessoais.  Ignoramos que ao desejar fazer o bem estamos sujeitos a errar. Erros que na maioria das vezes não é na essência, mas sim na forma. Por vezes parece que não nos caiu a ficha de que humanos, todos, sem exceção, erram mesmo quando tentam acertar. Não alcançamos o entendimento de que mais erramos do que acertamos no curso da vida e que, como disse a minha prima Eleni Rego em um comentário que fez a um texto meu, dias atrás: “...afirmo que os erros são nossas melhores lições, aprendemos muito mais com o sofrimento do que com a alegria, porque certamente não vamos mais querer repetir a dose da dor...enfim faz parte da Vida”. Sim, isso! Faz parte da vida! Acertar e errar faz parte da vida! E concordo integralmente com Eleni que aprendemos mais com os erros do que com os acertos.
Aqui eu vou usar de mais especificidade. Vou ser sincero em afirmar que não estou ainda totalmente convicto disso, mas, parece-me que o que mais atrasa e dificulta as relações humanas no tocante a uma maior compreensão mútua é o “pretenso poder de julgamento” que além de rotular pessoas, sectariza, divide, separa, desune. Tudo em nome de um conceito pessoal ou entendimento particular que ignora que somos todos iguais... ou deveríamos ser.
É impressionante como o julgamento nos fecha para um ângulo diferente e nos faz rotular pessoas e atira-las em uma vala comum de erro da qual pensamos não participar. É fácil julgar... É fácil afirmarmos que estamos certos, isolarmo-nos em nossas abstrações e condenar outros pelos erros cometidos. Sim é fácil. E sabem por que é fácil? Porque o coração humano é igual a internet. O que quisermos encontrar encontraremos. O segredo é saber o quê, exatamente, buscamos. Para dar continuidade à desagregação nas relações basta aplicar a seguinte fórmula: 1 – Oculte seus próprios erros atrás do entendimento do que VOCÊ acha certo. Ignore outras cosmovisões e se ache “o sol da galáxia”. Assim você estará ignorando que é alguém sujeito à falhas também. // 2 – Julgue (como quem está de fora do erro). Julgue rotulando as pessoas segundo seus conceitos pessoais. Com base no seu próprio umbigo. Ignore que há sabedoria na diversidade. 
E se isso lhe soa estranho e duro, não se surpreenda se eu disser que estas são duas das coisas que mais os humanos fazem no curso de sua vida. 

Estamos às portas de um novo ano. Sugiro que o momento seja propício para nossas avaliações pessoais, mas, que, por Deus, estas avaliações considerem a humanidade como um todo; no sentido de engajarmo-nos na difícil tarefa de tornar este mundo melhor. De nos motivarmos a dar um sentido menos egoísta às relações humanas... esquecermos um pouco nossos próprios umbigos e lembrarmos que todos tem umbigos. Redes sociais são uma poderosa ferramenta que, com o acréscimo que vem tendo em tecnologia, nem fazemos idéia ainda de suas potencialidades. Creio que a ferramenta está aí, sendo aperfeiçoada. Penso que precisamos evoluir enquanto humanos porque a tecnologia não garantirá um futuro melhor se as mentes humanas não evoluírem junto. 
Então, quem sabe,  um dia humanos serão confiáveis. Por enquanto, não dá pra confiar na forma como administramos o mundo.

sábado, 24 de dezembro de 2011

UMA MENSAGEM DIFERENTE DE NATAL - UM CONVITE À REFLEXÃO




Quando eu era bem pequeno uma vez escutei uma pessoa mais velha dizer que o natal era uma data triste. Não ousei perguntar talvez devido a pouca idade que tinha à época, mas confesso que aquela expressão causou-me estranheza. Como poderia uma data festiva e comemorada com tanta alegria em família e amigos, ser algo triste? Afinal tristeza não é o contrário de alegria? Bem, os anos foram passando e eu crescendo e adquirindo mais experiência na arte da vida e as leis da sobrevivência e limitações humanas vão ficando cada vez mais claras aos nossos olhos. Se a experiência é algo que todos queremos ter, ela tem um preço a pagar. E esse preço é a quebra do “encanto”. A experiência não impede o sonho, mas certamente comunga com a dura realidade. E a realidade é que se alguém quiser transformar o sonho do futuro em realidade um dia, vai ter que aprender a lidar com as dificuldades da caminhada.

Mas estávamos falando do Natal não é?
Sim claro...
Mas não deixamos de falar do Natal. Afinal o que é o Natal? Qual o fundamento do Natal?
Natal é a celebração do nascimento de uma criança. Mas seria somente isso? Quantas crianças nascem no mundo a cada minuto? Por que atravessamos séculos celebrando o nascimento de uma única criança? O que há de especial nesta criança que a torna diferente de todas as outras?
Sim, são perguntas para as quais todos sabemos a resposta. Trata-se de uma criança especial, que é especial não por causa do seu nascimento, mas por causa do contexto de toda a sua vida, inclusive sua morte e sua Ressurreição. Sim, porque se essa criança não tivesse ressuscitado ela seria igual a qualquer outra criança que um dia nasceu e um dia morreu. Situação pela qual nós, que um dia fomos crianças, também vamos passar.
Foi quando aproximei-me mais do entendimento do que de fato é o cristianismo foi que eu descobri o verdadeiro sentido do Natal. Assim como a criança que nasceu no dia que convencionamos chamar de natal é especial não somente pelo seu nascimento, mas sim por toda a sua Vida e Morte e ainda Ressurreição; assim também, para nós o natal não deve ser a celebração da alegria de um simples nascimento, mas também a celebração da superação das dificuldades do curso da vida e também da presença essencial daqueles que já cumpriram sua jornada mas que para sempre estarão ressurretos em nossos corações.
O contexto do Natal é o contexto de uma vida. Uma vida inteira, com alegrias, dores, perdas, superações e tudo aquilo que enfrentamos em nosso dia a dia. Sabe por que o Natal fica triste? Porque simplesmente somente celebramos o nascimento. Esquecemos que esta criança cuja nascimento celebramos, vai precisar ser alimentada, cuidada, conduzida, durante todo o ano. Deveríamos celebrar o Natal como se fosse o aniversário de um filho, de quem não somente lembramos no dia do seu aniversário, mas por quem trabalhamos  e nos empenhamos o ano todo para que tenha o melhor dos crescimentos que nos é possível dar.
Assim gostaria Jesus de ser tratado por cada um de nós. Ele é o menino que gostaria de ser lembrado durante todo o ano... mais que em uma simples data festiva. Jesus é o menino que gostaria de ser lembrado no momento da dificuldade, no momento da perda, no momento da dor, na satisfação da superação. Jesus é o menino que deseja crescer dentro de nós a cada dia, para que, ao se completar mais um ano, no próximo Natal, lembremos de tudo o que passamos com Ele Vivo dentro de nós.
Assim, amigos, certamente o Natal deixará de ser uma data triste, como é para muitos.
Quando entendemos o verdadeiro espírito do Natal que é mais que uma simples celebração de um nascimento mas sim a celebração de toda uma Vida de alguém que deu a sua própria vida por amor de nós... Quando entendemos isso, seremos verdadeiramente felizes no Natal!
Hoje é 24 de Dezembro...  Não importa se a data é realmente essa ou se é uma data meramente comercial... o que importa é o verdadeiro espírito do Natal que é a presença da Pessoa de Jesus, não apenas como apenas uma criança, mas como alguém que nasceu, viveu e morreu por amor de nossas vidas... em quem podemos depositar todas as nossas esperanças e ansiedades que ele sabe como cuidar de nós.
Hoje é 24 de Dezembro.... Ainda há tempo para você meditar no que Jesus mostra ao seu coração. Esqueça um pouquinho o clima festivo e tire alguns momentos para parar, meditar e ouvir a voz de Jesus em seu coração.... ainda há tempo de celebrar um Natal especial para a sua vida. Um Natal como talvez nunca antes tenha vivido. Um Natal COMPLETO celebrando a VIDA de Jesus em seu coração.... algo que terá significado para a sua vida pelo resto do ano, para que, em dezembro de 2012, você venha a comemorar o que viveu com Jesus durante todo um ano, sejam as vitórias sobre as dificuldades ou mesmo as alegrias do porvir.

Pense nisso
Desejo um Natal Pleno de Jesus em sua vida
Paz seja contigo!

quarta-feira, 30 de novembro de 2011





UM PEDIDO AOS AMIGOS...

Gostaria de informar aos amigos que estes artigos, algumas vezes são escritos até de um celular. Em momentos que me sinto inspirado, motivado pelo assunto tratado. Escolhi fazer assim para ter quase que a mesma simplicidade que tenho nas redes sociais. Isso tem um preço a ser pago. Nem sempre eu tenho tempo disponível para revisar mais detalhadamente os textos, e alguns erros de escrita passam batido. Muitas das vezes eu publico textos completamente cansado após noite em claro trabalhando.
Peço a compreensão de todos. Tem que ser assim porque de outra forma eu acabo não escrevendo nada. Conto com a compreensão de todos neste sentido.

VALEU!  rs

segunda-feira, 21 de novembro de 2011

A CORRUPÇÃO EM 2050





Estou eu, nesta manhã, repassando as páginas virtuais de notícias e artigos interessantes, quando me deparo com esta nota estatística da Revista Época de autoria de Felipe Patury, cujo link está imediatamente acima.
Não levo nem em questão a importância que este tipo de dado estatístico pode ter para nós nos dias atuais, até porque, em uma primeira leitura, não vejo em quê isso mudaria nosso presente ou nos encheria de esperança acerca de 2050 como se estivéssemos em 2048 ou perto disso. Até lá tem muita água pra rolar e outra geração estará no controle da situação. Pela velocidade com que as coisas andam e as emergências globais urgem, certamente teremos sim um outro mundo, com outra configuração, quem sabe até com outra geografia.
Pois bem. O que, então, me chamou a atenção nesta breve nota?
Certamente não é o fluir do imaginário tentando conceber como estará o mundo, se os carros ainda terão rodas e se os clones humanos estarão por aí junto com andróides, etc. O que me chama a atenção é um componente de absoluta relevância para a vida humana, para a manutenção da saúde mental de cada indivíduo que penso estar cada vez mais sendo ingorado, em um estranho contra-senso de uma época onde se busca entender o pensamento para fortalecer as ferramentas virtuais e criar novos meios em todas as áreas de interação humana. Que componente é esse? Os mais idealistas chamariam de ESPERANÇA. Os mais pragmáticos chamariam de PERSPECTIVA, onde entendo que as duas palavras focam um mesmo objeto.
Perguntar a alguém como acha que vai estar o mundo em 2050 é um convite a viajar na abstração, mas, perguntar objetivamente como estará a questão da corrupção em 2050 é bem mais que simplesmente viajar. Para responder esta pergunta é preciso partir do agora. Tomar como ponto de partida a atual situação do mundo, de preferência, mais especificamente, do país. No nosso caso o Brasil. Partimos do hoje, do como está hoje e inevitavelmente conjecturamos sobre o que está sendo feito acerca deste tema. Que tipo de resultados isso irá produzir no futuro próximo, tipo, em 5 anos, em 10 anos. Eu não tenho aptidão técnica para afirmar isso com certeza mas, apenas acho que o máximo que podemos estimar racionalmente acerca de futuro político, econômico e social, não passa de 10 anos ou 15 no máximo. O que passa disso, penso, perde solidez factível ainda que esteja dentro do campo das possibilidades. Sei lá, apenas acho. Se alguém pensa diversamente até gostaria que comentasse este artigo para que eu possa conhecer outra perspectiva.
Especificamente falando do Brasil; pensar no que está ocorrendo hoje, a tecnologia à serviço das mídias, trazendo à tona coisas que até então estavam sob o lençol do conluio e do corporativismo. O grande número de escândalos e, sobretudo, uma população cada vez mais informada. Isso certamente produz um efeito à médio-longo prazo que, por conseguinte, motivará novos rumos ainda mais à frente. Os corruptos terão que se reinventar pois estão com um importante aliado enfraquecido. Este aliado atende pelo nome de “certeza da impunidade”. Ainda que o dinheiro continue comprando sentenças e cegando organismos policiais e fiscalizadores; é cada vez mais difícil ocultar isso como faziam antes. O nome deles está vindo ao lume. Pelo menos de alguns. E aí tem sido possível “puxar o barbante” e encontrar gente que em outros tempos não seriam alcançados.
A corrupção sempre vai existir porque, infelizmente, ela é inerente ao viés indesejável do comportamento humano. Não dá pra negar que é uma manifestação humana, entranhada no indivíduo que pode ou não ser contida por princípios e educação, mas que sempre estará ali pronta a ser manifesta. A questão é o quanto a sociedade tolerará a corrupção nos anos vindouros. O desenho atual é o de uma crescente indignação que tem, ainda que timidamente, movimentado as massas em torno do repúdio. Os mais céticos acreditam em modismo e os mais otimistas apontam para uma tendência. Aqui eu abro um parênteses para você, querido leitor, pensar. O que parece indicar, para você, o tempo atual no tocante ao ataque midiático à corrupção e o crescente repúdio manifesto da sociedade brasileira? Será que podemos observar tal quadro como um indicador de menor tolerância com a consequênte e gradativa redução desta praga chamada corrupção? Ou será que este ruído todo tem sido apenas reação momentânea ao foco dos ataques do “quarto poder”?
Particularmente penso que nós, brasileiros, temos motivos de sobra para sustentar o ceticismo face à nossa própria história e a forma como o governo trata seus contribuintes. Pagamos a carga de impostos mais pesada do mundo e somos tratados como gados. Não tenho esperança de ver nosso país crescer em qualidade de vida melhorando serviços básicos tipo segurança, saúde e educação justamente porque não vejo o governo, efetivamente, preocupado com isso. Estes temas são recorrentes somente na retórica eleitoreira dos políticos. Nada mais. Aí alguns poderiam me indagar: “Mas e o plano de segurança que está sendo implementado no Rio, com a ocupação e implantação das UPPs e serviços sociais?” Eu respondo simplesmente que sustento a esperança como todo cidadão de bem que deseja um futuro melhor, mas, certamente o governo e suas instituições vão ter que me provar que mudanças efetivas serão observadas ao longo dos anos. Até agora estou tendente a acreditar que estas investidas são pontuais e estratégicas para trabalhar primeiramente a “aparência”. Algo como que um temporal controle da situação, sustentável até certo ponto; de forma a garantir a realização proveitosa de dois grandes eventos: A Copa do Mundo de futebol e as Olimpíadas. Mas este é um outro assunto para um outro tema.
2050.... É muito tempo à frente!
Tentar enxergar a corrupção 38 anos à frente, é um desafio não ao entendimento da essência mas sim à compreensão da forma. Corrupção será sempre corrupção com a mesma essência suja que tem nos dias de hoje. Mas, e quanto à forma? Se pensarmos ainda um pouco mais, vamos concluir que o que importa realmente não é nem a forma em si. A forma será um assunto para os mecanismos de fiscalização futuros com os meios disponíveis vindouros. O que importa realmente são os efeitos da resultante deste embate: “Honestidade X Corrupção”. Será que teremos uma sociedade pró-ativa na intolerância à corrupção? Os corruptos serão a minoria e a exceção, diferentemente de hoje? A resposta para isso vai um pouco além da simples esperança contemplativa. Passa pela análise do que se faz hojee o que se fará como próximos passos...um dia de cada vez. Acho que o melhor exemplo que o tempo nos dá para a vida é que ele, “o tempo”, não se atropela. Uma coisa acontece após a outra e não há como pular nada. É ação e resultante, sendo esta a ação de outra resultante. O tempo não se atropela nunca. Nós humanos inteligentes, é quem nos atropelamos a todo momento e muitas vezes ignoramos pequenas coisas de suma importância que acabam ficando para trás. Faz-nos imensa falta para compreender quem seremos no futuro, o “compreendermo-nos agora”.
Estamos acostumados com o imediatismo do produto pronto. O futuro não é um pacote fechado preparado para ser aberto quando chegarmos lá. O futuro é uma caixa aberta cujo conteúdo estamos jogando dentro AGORA! O que perceberemos amanhã será a colheita do que semeamos hoje. Essa é a lei da vida. Não há como fugir disso.

Creio que muito mais poderia ser escrito sobre este rico assunto, mas eu vou me deter por aqui sob o risco de perder-me em meio às incontáveis linhas de abordagem possível. Fica a sugestão para os amigos que se deram o trabalho de ler e pensar no que foi escrito aqui.... dê continuidade a este texto com seu comentário. Seria ótimo ler outras opiniões.

domingo, 13 de novembro de 2011

ALGUNS PONTOS A SEREM CONSIDERADOS NESTA ABORDAGEM ACERCA DO "NEM".



Alguns pontos a serem considerados nesta abordagem acerca do "Nem":
1 - Aproximaçao da imprensa visando mostrar não ser bandido violento.
2 - Promover ações locais de cunho social para ganhar apoio popular.
3 - Elogiar o Lula, Beltrami, passar imagem de preocupado com a integridade de policiais.
4 - Discurso politicamente correto
5 - Auto-avaliação e auto-imagem de vítima social que assume honrosamente a responsabilidade e o desejo de pagar pelos erros cometidos.
Nem digo que não se tratam de verdades. Até acredito na maioria das coisas que ele disse; inclusive no desejo de mudar de vida e no entendimento conclusivo de que o crime de fato é um mar de ilusão que constrói uma cadeia sem grades em torno do perigo e tensão sob os quais pessoas como ele vivem. Acredito na sinceridade das palavras dele, sim acredito.
Contudo há outras coisas a serem observadas:
1 - Ele é traficante, e como tal, sustenta uma máquina de destruição coletiva que mata tanto aqueles que consomem as drogas bem como as vítimas de crimes motivados pelo consumo do produto que distribuem em troca de muito dinheiro. Arrependimento é uma coisa e remorso é outra. Quem se arrepende de algo, abandona esse algo... a menos que seja escravo por algum motivo. Ele não é viciado, tem poder de escolha. Seria mais fácil eu acreditar em um soldado dele, viciado, que mata pra conseguir dinheiro para sustentar o vício e uma vida de ilusão.
2 - O tráfico é um grande monstro...e não existe monstro com cabeça de anjo. Esse grande monstro possui leis próprias entre as quais não se admite "fraquezas". Preocupação com a integridade de policiais é uma das fraquezas imperdoáveis que faria com que Nem tivesse as costas rasgadas por uma afiada faca nas mãos de um de seus comparsas mais chegados e aspirante ao posto-mor do comando local. Não se comanda o tráfico sem o ingrediente do terror e do ódio.
3 - Quanto ao "discurso politicamente correto". Não sei porque ainda se sustenta a idéia de que todo traficante é aquele cara que manda uma gíria do dialeto das favelas à cada três palavras que fala sendo uma, palavrão. Somente os viciados se portam desta forma. Traficantes que não estão sob domínio do vício entorpecedor e que comandam estrategicamente as ações comerciais do tráfico possuem grau de inteligência elevado e, sobretudo, são excelentes articuladores. Nem se enquadra neste nível. Alguém se lembra de Leonardo Pareja. O bandido inteligente que vencia as estratégias da polícia e que tinha facilidade em articular rebeliões e era uim líder nato?? Nem tem esse nível e alcançou maior sucesso e amplitude de articulação.
Alinhar uma postura menos perigosa, sendo mais vítima do sistema do que articulador e sustentador dele é o "modus operandi" de traficantes de mais alto nível. Muitos inclusive agem assim sob instrução de advogados contratados previamente a peso de ouro e que prestam consultoria para "minimizar" a situação quando se encontra irreversível. Creio que Nem não tinha para onde ir. O cerco de fato fechou e a fatia da facção dele no estrangulado mercado parece não ser suficiente para manter centralidade de comando. Talvez planejasse mesmo se entregar...pode ser verdade. Outros bandidos perigosos e tão articulados quanto já fizeram isso antes para usarem a cadeia como local de "proteção". As quadrilhas rivais gostam de aproveitar oportunidades e exterminar potenciais "alemães" quando estes estão enfraquecidos. Para não morrer talvez Nem tivesse que deixar o Estado ou até o país mas talvez usar a cadeia como escritório e bunker seja mais interessante para manter-se "por perto".
É meio viagem o que eu estou falando. Sim é. Mas eu já vi filmes com este tipo de viagens muitas outras vezes. Porque não acreditar que isso possa estar acontecendo agora?
Bem...eu paro por aqui. Ja me alonguei bastante mas acho que já dei o meu recado. Penso que as ações policiais estão corretas. Penso que os objetivos são corretos, que os ganhos para a sociedade são reais.... mas.... sugiro a toda a sociedade uma releitura de outros episódios mais antigos envolvendo esta interação Governo X Crime XPolícia X Tráfico. Se observarmos o que nos conta a história, tipo, "A vida e Obra de: Escadinha, João Gordo, Esquadrão da Morte, Mão-Branca, Meio-Quilo...etc... etc..." - Vamos ver muita similaridade se não na forma, ao menos na essência. Velhas mentiras ainda permeiam e penetram sutilmente por entre as "falanges" dos dedos.

Voltando às veredas das letras


Já há algum tempo eu não escrevo nada por aqui. Parei não porque quis mas porque fui forçado face a alguns problemas que tive e que me tiraram completamente o ânimo para tudo, inclusive para escrever. É bem verdade que eu não estou por aqui todos os dias. Não escrevo por escrever, mas quando tenho mesmo algo para compartilhar. O preço a ser pago por quem procura fazer algo sempre com essência é que não vai conseguir nunca enganar e ocultar o que de fato sente no momento. Eu sou assim. A sinceridade é meu defeito e muitas vezes sou rotulado como polêmico por não ter medo de mostrar quem de fato sou mesmo sob o risco de errar.
Eu tinha resolvido que, quando voltasse a escrever, o tema seria o problema pelo qual passei. Por isso decidi que só voltaria quando estivesse bem novamente, e com a mente livre para pensar. Mas que nada. Nem estou totalmente recuperado e de mente livre e nem pretendo abordar a questão em si porque muito me incomoda e desestabiliza. Esse ano conseguiram me destruir. Fazer-me sentir algo tão ruim que somente tinha sentido antes no episódio de minha separação. Mas.... o assunto em si vai ter que ficar para um futuro não tão próximo, para quando eu conseguir me desvencilhar definitivamente da armadilha que me armaram.

Mas a notícia boa, ao menos para mim, é que consigo reunir alguma racionalidade que me permite ao menos andar novamente, mesmo estando ainda ferido. Mas a vida segue...tem que seguir.

domingo, 14 de agosto de 2011

PORQUE NÃO VALORIZO TANTO AS DATAS COMEMORATIVAS



No momento em que inicio estas linhas são exatamente 23:45hs do domingo “dia dos pais”. Já é findo este dia e somente agora resolvi escrever alguma coisa referente a esta data comemorativa. Aliás, não só referente a esta data mas a todas as datas comemorativas. Sinto-me à vontade para escrever com liberdade e desprovido de qualquer emoção própria para o dia. Para muitos isso seria uma espécie de signo da insensibilidade, mas fato é que, durante toda a minha vida familiar, não fomos acostumados a valorizar estas datas temáticas tanto quanto a maioria das famílias o fazem. Daria para contar nos dedos os momentos nos quais fizemos uma ceia de natal tipo “mesão pra família”. Claro, sempre rola uma ceia. Comemos as comidas típicas do período (embora comprovadamente comemos muita coisa desaconselhada para o verão de dezembro). Mas não supervalorizamos a data em si.
Mas por que esta resistência em reverenciar o dia comemorado? Eu poderia responder somente que é pelo fato de não ter sido acostumados a isso. Assim como muitos consideram normal comemorar de forma especial estas datas, na casa dos meus pais fomos acostumados a ver estes dias como outro qualquer. Entendemos que, se neste dia devemos expressar um sentimento especial para com quem amamos, porque não fazê-lo o ano todo? Por que não expressar algo especial no dia a dia, de forma não tão festeira, mas sincera e significativa? Ok, eu sei, isso tudo pode parecer para a maioria uma coisa meio que sem sentido ou até bobagem. Alguns ainda diagnosticariam essa forma de ver as coisas como uma espécie de patologia familiar, mas, concorde você, amigo leitor, ou não, existem pessoas que pensam assim. E não é só uma família. Não é a maioria claro, mas existem muitas famílias que vêem as coisas sob este prisma. Pura e simplesmente por questão de hábito cultural familiar.
Posto isto, sem qualquer outra justificativa além do costume, passo a discorrer sobre o que penso acerca destas datas festivas. Apenas alguns breves aspectos.
1 - O primeiro aspecto é a efemeridade do momento, onde, se muitas pessoas realmente expressam o que sentem e pensam de você durante todos os dias do ano, algumas se desmancham em carinhos confraternizadores que todos sabem que durarão apenas um dia. Muitas das vezes estes carinhos de momento estão temperados por entorpecimento de bebidas. Alguns chegam ao ponto de chorar copiosamente ou rir à exaustão e, para justificar a efemeridade, alegam ser um momento de “renovar a paz” ou “aliviar o stress familiar”, ou qualquer outra explicação que o valha mas... de que vale uma expressão de carinho que não tem continuidade? Uma expressão de carinho que vale por uma noite ou, no máximo, por alguns dias após a grande data comemorativa? De que vale a presença física de alguém que não se apresenta integralmente com sua alma? Aqui pego o gancho para o segundo aspecto.
2 – O segundo aspecto é que a supervalorização das datas comemorativas nos leva a uma sobrevalorização da forma em detrimento da essência. Que quero dizer com isso? Quero dizer que supervalorizamos a presença física das pessoas nestas datas como se a presença material delas ali fosse a real expressão da importância que temos para elas. Perigoso isso, porque entendo que esta é a nascente para os rios de decepções e também para a potencialização da dor da ausência daqueles a quem amamos e não estão mais fisicamente conosco. Trocando isso em miúdos; aqueles cuja presença física ainda é possível porque estão vivos, acabamos fazendo tanta questão que estejam de corpo presente que julgamos não gostarem de nós os que por algum motivo não vão porque não gostam de comemorar “datas”. Isso acaba até forçando a estas pessoas a mentirem alegando motivos de impossibilidade quando na verdade não vão porque não gostam de certos tipos de comemorações. Mas, por tudo o que é sagrado; será que isso é motivo para julgar o que uma pessoa sente por outra? Por outro lado, julgamos que as pessoas que gostam de ambientes festivos e que, por isso, sempre estão presentes, realmente gostam muito de nós. Será? Quanta decepção já não tivemos com pessoas que se acercam de nós? Aliás, se tem um tipo de decepção que dói é a decepção com aqueles dos quais não esperamos revés. Momentos e ambientes festivos são o habitat natural de falsos amigos, pois ali eles conseguem se misturar com os verdadeiros amigos. O outro lado da mesma moeda neste aspecto é o que eu chamei linhas acima de “potencialização da dor da ausência daqueles a quem amamos e não estão mais fisicamente conosco”. Aprendemos a valorizar tanto a presença física que focamos nisso a nossa felicidade. É bom estar fisicamente perto de quem amamos, tocar, sentir o toque, carinho, sorriso, a voz, mas definitivamente se uma pessoa não está presente fisicamente não significa que ela não esteja ali vinculada as nossas almas. A maior marca que uma pessoa deixa em uma outra vida é a marca na alma. Esta marca definirá o que alguém significará para nós, por toda a eternidade. É a supervalorização da presença física que faz muitas pessoas, mas muitas mesmo, sentirem-se infelizes em datas comemorativas quando não têm mais um ou outro ente querido presente fisicamente. Para muitos, o natal passou a ser triste... o dia das mães passou a ser triste... o dia dos pais passou a ser triste... o dia das crianças passou a ser triste...etc... Mas a pergunta que faço é... Por quê? E respondo, a meu ver, por causa da supervalorização que algumas famílias desenvolvem acerca da presença física em ambiente festivo. Certamente o que de mais importante eu e você temos de lembranças de nossos queridos que se foram fisicamente não está em ambientes festivos, mas sim nas pequenas lembranças de momentos singulares marcados para sempre em nossas almas.
E ainda tem esse lance de “fazer uma social”. Na boa, só faço uma social quando a empresa estabelece algum “cófi breiki”, reunião, seja festiva ou não, mas que tenha algum significado corporativo. Aí sim acabo indo, mas porque sinto-me na obrigação profissional de ir. Na minha vida pessoal não existe esse lance de “fazer uma social”. Eu vou onde quero e em ambientes onde sentir-me-ei bem. E que os meus amigos e familiares me perdoem e me compreendam porque isso em nada diminui o meu carinho e respeito por cada um deles.
3 – Um último aspecto é o lado comercial destas comemorações. Poucas coisas neste mundo me deixam mais chateado do que o sentimento de estar sendo manipulado. Entendo que nestas datas existe uma manipulação comercial gritante das pessoas na medida em que os preços são majorados justamente por conta da perspectiva temática da data. A única exceção à regra são os aniversários que não podem ser explorados conjuntamente justamente porque cada um tem um dia de aniversário. No mais, todas as datas temáticas sofrem bombardeios comerciais com a majoração de preços de itens específicos que vão de cerca de 40% até 100% de encarecimento entre produtos e serviços. Portanto, presentes, comprar bem antes ou depois destas datas é o mais inteligentemente econômico. Se deixar para se saciar em datas temáticas, vais morder anzol!

domingo, 24 de julho de 2011

QUESTÃO DE TEMPO - A opinião de uma mãe

Esta postagem tem como base a reportagem no seguinte link:
http://musica.uol.com.br/ultnot/2011/07/24/sua-morte-era-apenas-uma-questao-de-tempo-diz-mae-de-amy-winehouse.jhtm


Certa vez eu ouvi da mãe de um rapaz viciado em drogas e envolvido com o crime. "Estando onde está, o meu filho já morreu. A questão é só quando e onde". Não foram exatamente estas as palavras porque tratava-se de uma senhora muito simples até no falar. Mas o sentido do que ela disse era esse mesmo. Na ocasião, ouvir isso causou-me certa perplexidade, mas, digerindo aquelas palavras mais lentamente, procurando aproveitar o entendimento de uma mãe que sofreu cada minuto da dor de um filho que se mostrava resoluto em manter a trajetória equivocada, e que, acabava tendo uma parte de si morrendo em vida com o filho... Pude, então, entender quanto pesava para aquela senhora ter que me dizer aquilo. Ela sabia que ele precisava mudar seu caminho, mas tinha plena consciência de que se simplesmente prosseguisse... era o fim e sua trajetória já indicava um estado de morte.
No tocante à esta jovem, a própria mãe e certamente os amigos e familiares mais chegados e que mais a amavam, desejariam ardentemente em seus corações que fosse pago o preço que fosse necessário para que ela desviasse do rumo que fatalmente a levaria a um fim trágico. Tenho certeza de que os que mais a amavam aceitariam com que o preço pago até fosse o fim de sua carreira artística, se preciso fosse, para que ela voltasse a viver como um ser humano e não mais como um produto midiático rentoso!
Digo isso porque a mídia e os seguidores desta, afirmam principalmente agora "pós morte" que a amavam muito, demais, que foi um talento jogado no lixo..... gente.... na boa, deixa eu fazer o papel de chato como sempre.... Vou colocar em letras garrafais para dar ênfase...TALENTO JOGADO NO LIXO??? Não seria mais humano dizer VIDA JOGADA NO LIXO?
Que se dane o talento. Esta jovem há muito tempo vinha se arrastando como um zumbi à beira de um abismo que a cercava a todo momento. Ela precisava de ajuda... de interdição até. Não sei se a família fez tudo o que pode, acredito que sim e não vou julgar a família neste momento mas, atribuo sim culpa à mídia que assistia tudo aquilo e ainda incentivava predatoriamente o seu "talento". Quanto vale um talento? Será que é o preço de uma vida??
Surpreendo-me imensamente toda vez que ouço alguém dizer...e acreditem, já ouvi isso.... gente dizendo que ela foi um grande exemplo de personalidade!!!!
Eu vou repetir: "Grande exemplo de personalidade", "Uma pessoa de personalidade", etc. Ouvi coisas deste tipo acerca desta jovem, que, na verdade, estava era enclausurada nas cadeias do vício e caminhando a passos largos para a auto-destruição. Infelizmente....é duro dizer isso mas a mãe está certa quando diz que era somente questão de tempo...infelizmente.
Aos fãs que ficam, sugiro que repensem esta questão se realmente viam esta jovem como exemplo de personalidade para alguma coisa. Muito perigoso isso. Falo isso para os que a seguiam cegamente e não aceitavam nenhum tipo de crítica à conduta desta jovem. Até a defendiam abertamente mesmo considerando o estado decrépito em esta jovem vivia.
É preciso lembrar que antes de ser uma perda artística, isso foi uma terrível PERDA HUMANA. Foi uma vida tragada aos 27 anos. Uma vida que, podemos dizer, do jeito que estava, era uma espécie de "morte técnica". Alguém que tateava às escuras e não procurava saída porque sequer acreditava que existia... e assistimos tudo isso apenas valorizando seu......."TALENTO".
Essa vida já foi ceifada. Não volta mais. Mas vale à pena refletir porque mais jovens vão seguir caminhos semelhantes tornando-se vítimas do consumismo midiático que prega uma vida desregrada, que ensina os jovens a chamar de "liberdade", justamente aquilo que os os aprisiona

terça-feira, 19 de julho de 2011

FUTEBOL CIRCO





Claro que quem menos tem culpa são os jovens atletas, detentores da qualidade, mas que são mal trabalhados e acabam com egos inflados e mais preocupados em fazer firulas do que unir forças e atuar em equipe em busca da vitória. Os atletas são apenas peças de um grande tabuleiro de ilusões ao qual convencionamos de chamar de futebol arte, mas que é, na verdade, futebol circo.
Não discuto se o Dunga errou ou não em não levar para a Copa Neymar, Ganso, Adriano, etc. A questão não é essa. A rejeição que o Dunga sofreu não foi por ter perdido uma copa do mundo, mas sim porque contrariou a mídia esportiva por não atender a demanda de firulas e pedaladas enquanto orientava a seus escalados a jogarem para o time e não em busca de holofotes midiáticos. Dunga era o inverso desta mídia que está aí e incentiva o futebol palhaçada, sem objetividade e que joga somente para dar show. Também não discuto a competência do Mano. Acho-o um ótimo técnico. Sério, comprometido com resultado. Vamos ver até onde Mano vai conseguir conciliar a satisfação midiática com a busca efetiva por resultados. Mais dias menos dias Mano vai se ver em frente da grande encruzilhada na qual todo técnico da seleção se vê. Ou atende a demanda midiática transformando seus jogadores em palhaços ou arma uma equipe competitiva. É como vejo.

Lembro-me das pesadas críticas que o Parreira sofreu na copa de 1994 e da cova aberta que aguardava ele, comissão técnica e vários jogadores sob uma lápide já inscrita em letras garrafais "AQUI JAZ A ERA DUNGA". Mas os críticos favoráveis ao futebol circo tiveram que enterrar as próprias críticas na cova e esperar nova oportunidade, pois Parreira provou que estava certo em jogar para o resultado e foi campeão do mundo depois de 24 anos de jejum. Lembro-me também de que se o Felipão não voltasse com o caneco, estaria até hoje marcado pela sombra de não ter levado Romário pra copa. Em comum entre os campeões mundiais Parreira e Felipão, a resoluta decisão de criar equipes competitivas em detrimento do espetáculo. Para eles o futebol é, acima de tudo, resultado. Vindo tão somente depois o espetáculo.
  
Já corremos o risco de ver isso aqui se transformar em uma grande palhaçada no quesito organização. Estamos transformando nossos atletas em palhaços do futebol circo e aí a palhaçada fica completa.



A POLÊMICA DOS AUTOS DE RESISTÊNCIA



Por conta do caso recente do menino Juan a polícia resolveu colocar em prática o procedimento padrão de preservar o local para a perícia da polícia técnica. Este procedimento não é novo, apenas não era praticado em locais considerados de difícil acesso. A portaria 553 da Chefe de Polícia Civil Martha Rocha prevê exigências antes que as mortes em operações sejam registradas como autos de resistência. Antes desta portaria a versão dos agentes envolvidos na operação prevalecia nos registros.
Pois bem. O quê, exatamente, se pretende com essa nova portaria? Certamente evitar com que policiais criminosos se privilegiem da investidura para ocultar atos criminosos de execução ou conluio com o crime. Ok. Mas, a pergunta é, isso resolve a questão? A necessidade de perícia (que é feita por outro policial) elimina a possibilidade de que execuções outras sejam feitas?
Desde os tempos do esquadrão da morte, mão-branca, etc, sabemos que policiais criminosos agem com conluios empregando técnicas de "limpeza" de área de sinistro e criação de locais inidôneos que às vezes incriminam até a própria vítima. As populares "velinhas" com disparos pós-morte encenados nas mãos do morto com armas frias. Tudo isso é conhecido por qualquer um que se interesse um pouco mais por casos de investigação policial. Logo, meus caros amigos, parece-me que, embora seja uma medida correta, a presença obrigatória da perícia em todos os casos onde houver resistência armada não vai resolver definitivamente o problema do crime corporativo. Estou dizendo isso porque penso que dever-se-ia, também, promover o afastamento e investigação criteriosa e isenta dos policiais supostamente envolvidos em fraudes. É preciso afastar, isolar, retirar as laranjas podres senão todo o sistema permanecerá comprometido. Qualquer coisa menos que isso será, no máximo, um inútil trabalho de enxugar gelo. Acontece que o segmento articulista dos conluios do sistema, adoram enxugar gelo. Enxugar gelo dá a falsa aparência de esforço criando uma falsa imagem de ação por parte do alto comando. Parte da população é enganada com isso e assim o sistema de corrupção interna se perpetua cada vez mais ampliando suas garras e estendendo seus domínios. Isso a ponto de fazer o policial honesto sentir-se abandonado e órfão, correndo, inclusive, o risco ser eliminado por ser um potencial caguete por insistir em ter as "mãos limpas".
Não vamos nos enganar. Não existe esse lance de "único certo". Se todo o contexto age de um determinado modo, aquele que age diferente é um corpo estranho que precisa ser mudado, anulado ou mesmo eliminado. Essa é lei. Lembro-me de um amigo que, concursado formado, deixou a PM, preferindo ficar desempregado mesmo com filho recém-nascido em casa do que correr o risco de morrer mais dia menos dia. O medo desse amigo não era o de morrer em confronto com o inimigo, mas sim de ser executado por outros policiais por ser ele correto e não concordar negando-se a participar do "sistema".
No dia a dia esta questão é tratada como se o sistema de corrupção fosse a exceção na polícia, mas na verdade a exceção é a honestidade, integridade e inteireza de caráter. O sistema está corrompido e ser policial honesto é a exceção. Infelizmente.

segunda-feira, 11 de julho de 2011

"O SEGREDO DO CASAMENTO"

Esta é uma postagem que copiei de um e-mail que enviei para alguns amigos muito chegados que estão às voltas na busca pelo grande amor da vida deles. Um deles solteirão e o outro divorciado. Cito, também, o link do blog de Kanitz, que é a fonte deste meu comentário. Vale à pena ler, acredite.
____________________________________________

Adorei este artigo de Stephen Kanitz sobre o casamento.
Claro que li bastante coisas sobre casamento depois da minha separação. Mais até do que quando ainda inserido na vida conjugal, talvez por necessidade psicológica de concatenar idéias em busca de reacertar o passo e redefinir o rumo. Mas fato é que ainda não tinha lido nada parecido com a perspectiva abordada por Kanitz. Muito interessante este artigo. Vale à pena ler.
http://www.kanitz.com/veja/segredo.asp

Confesso que este artigo toca em alguns pontos os quais considero corresponder à minha parcela de responsabilidade pelo fim do meu casório. Eu acreditava na idéia romântica da "estabilidade inabalável" que, no meu entender, poderia pautar uma relação tornando-a duradoura. Eu sabia sim que um casamento precisava ser renovado, polido, assim como as alianças com o tempo ficam foscas e necessitam de uma limpeza de sua superfície. O problema parece estar exatamente aí, normalmente se limpa “a superfície”, mas é preciso muito mais que isso. Eu, realmente, não fazia idéia do quão profundo deveria ser este renovar. Kanitz transmite, brilhantemente e impactantemente, a profundidade deste renovar principalmente quando diz: "o divórcio é inevitável, não dá para escapar. Ninguém agüenta conviver com a mesma pessoa por uma eternidade". E em seguida aifrma: "Eu, na realidade, já estou em meu terceiro casamento - a única diferença é que me casei três vezes com a mesma mulher. Minha esposa, se não me engano, está em seu quinto, porque ela pensou em pegar as malas mais vezes do que eu". Brilhante!
Claro que Kanitz não pretendeu, com este artigo, resolver a questão por completo. Mas certamente ele foca princípios que evitariam ou ao menos minimizariam muitas demandas conjugais que resultam em separação.

sábado, 19 de março de 2011

A SOBERANIA IMPERIALISTA NO BRASIL



O Prefeito Paes, ao saber que as autoridades americanas decidiram não fazer mais discurso público, mostrou surpresa mas disse tentando ser bem humorado, que “ao menos não vai entrar para a história como o prefeito que fechou o amarelinho”. Isso, no mínimo, é uma declaração auto-condenatória não só de uma medida impopular, mas sobretudo incorreta, equivocada. Mas nem vou me estender nisso.
Eu teria muita coisa para escrever aqui, mas seria coisa demais. Vou me deter na notícia do link do “R7 notícias” que fala do epísodio onde um assessor do FBI disse para o dono de uma banca de jornal da 13 de maio (que não abre aos domingos), que ela “tem que abrir domingo para inspeção, senão seria retirada dali”.

Indo direto ao assunto, sem rodeios, vai retirar a banca do cara por que? Sem previsão legal e sem autorização do dono, configura furto!
Querem tirar porque suspeitam que pode haver bomba lá dentro?  Eu nem discuto se há ou não risco real ou necessidade de tanto, apesar de isso me parecer uma palhaçada. O que de fato me incomoda é ver autoridades federais norte-americanas interagindo com o povo dizendo o que deve ou não deve abrir, e pior, estabelendo “penas”, como no exemplo dado onde o assessor do FBI disse que se a banca não for aberta para revista no momento da inspeção deles, “será retirada”. Onde estão as autoridades públicas do Brasil, do estado? O FBI manda muito, mas é em solo estadunidense. No Brasil mandam as autoridades brasileiras e fim de papo. Que palhaçada é essa? Me corrijam os advogados de plantão, isso me parece caso de violação da soberania nacional. Se uma simples banca de jornal não significa nada para o FBI, e o dono dela menos ainda; para o Brasil significa que um cidadão que paga impostos e taxas para ter direito a viver e sustentar o seu negócio dentro da legalidade está sob ameaça de ter o seu bem furtado por pretensas autoridades que aqui não deviam mandar nada! Os incomodados que se mudem ou que se planejem adequadamente junto ao Governo brasileiro. Eles poderiam, por exemplo, comprar a banca de jornal do cara por 500.000 dólares, já que “olhar ela por dentro é tão importante”. Tenho certeza de que o dono venderia. Comprar as barraquinhas de cachorro quente pela bagatela de 200.000 dólares cada uma para garantir que elas não estivessem ali, etc... Agora, vir na marra e dizer o que abre e não abre e as autoridades brasileiras permitirem com que o solo brasileiro e nossas leis se submetam aos norte-americanos???? Isso é um absurdo total! Inaceitável, intragável!
Se as autoridades brasileiras pretendem sustentar este absurdo, que hasteem a bandeira norte-americana e rasguem a bandeira brasileira, para, pelo menos, mostrarem a verdadeira face do que está acontecendo neste final de semana no Brasil.
E que mal lhes pergunte. Se alguém souber responder, por favor, responda...  QUE BOSTA VEM FAZER O OBAMA NO BRASIL? Acaso ele veio liberar alguma grana para investir na Amazônia ou no combate à fome ou mesmo ao crime? Ou veio pegar carona na excelente imagem do Brasil no cenário internacional e na solidez de uma economia que demonstrou força em meio à última crise? Não vejo outra razão para a visita dele a não ser a busca por um palanque político com visibilidade mundial.
E depois uma meia dúzia aí se sente ofendida quando os argentinos nos chamam de “macaquitos”.
Tenho que trabalhar amanhã. Só falta eu ser impedido de chegar ao meu trabalho e o meu carro ser violado por estrangeiros invasores! Eu vou arrumar problema porque se o FBI ou qualquer outra "milícia gringa" parar meu carro para revistar eu vou me negar e exigir ser revistado por autoridade brasileira!
Eu não sei qual o slogan adotado pelo governo Dilma, mas para parar de falar nesse assunto que me dá nojo, vou plagiar o slogan do governo Lula: “BRASIL, UM PAÍS DE TOLOS”!!! E é mesmo porque nossas autoridades nos roubam em pesados impostos, nos cerceiam em nossa liberdade, nos impedem de trabalhar e ainda vendem nossa soberania em troca de dividendos políticos. Esse é um país de tolos porque nós somos os tolos que aceitamos tudo isso calados!

Sem mais.

sexta-feira, 4 de março de 2011

"MATO POR SATISFAÇÃO"


Proposital o título fazendo referência à mensagem de capa do jornal "O Popular" de Goiás.
Segundo o jornal, estas foram as palavras de um Cabo da PM obtidas por gravação legalmente autorizada em inquérito que corre na Polícia Federal.


O site G1 Brasil, nesta quinta-feira, 03/03 noticiou um cerco policial empreendido em torno da sede do jornal “O Popular” de Goiás. Tal cerco, segundo o jornal, se deu em ato intimidatório dirigido aos profissionais do jornal  em represália à divulgação de trechos das escutas telefônicas que integram o inquérito da Polícia Federal que investiga um grupo de extermínio acusado de mais de 30 assassinatos no estado.
Na verdade apesar do inquérito reconhecer até aqui 30 mortes por ações deste grupo de extermínio, considera-se a possibilidade de que este número seja muito maior. Em dois anos cerca de 117 pessoas foram mortas pela polícia, em suposto confronto onde, muitas delas sequer tinham passagem pela polícia.
Algumas medidas “me engana que eu gosto” foram adotadas na tentativa de apagar o fogo. As costumeiras tipo: afastar comandantes e trocar pessoas de setores. Mas nada consistente e, se não fosse pelo inquérito da PF, não haveria ninguém na cadeia. A PF enjaulou 19 policiais, o subcomandante da PM e o ex-comandante da Rotam.
Agora, depois do cerco ao jornal que ampliou a situação para uma notoriedade à nível nacional, o secretário de segurança de Goiás, João Furtado, considerou a ação policial ilegal e afirmou que vai reformular as normas de conduta da corporação. O governador de Goiás, para posar de “presente”, afirmou que “não vai admitir qualquer ilegalidade ou afronta à liberdade de expressão”.  Bem políticos, claro. Mas que tipo de aplicabilidade isso tem diante do que vem ocorrendo? Será que “rever normas” limpará as mãos sujas da instituição policial diante do exposto? A situação urge não por revisão burocrática de normas mas sim de CADEIA para os articuladores e colaboradores deste grupo de bandidos e assassinos fardados!
Agora, indo um pouco mais à dentro desta questão.
E se não tivesse ocorrido o cerco à sede do jornal? Se não tivéssemos o tal ato intimidatório? Será que teríamos a imprensa engajada nesta amplitude no sentido de revelar as laranjas podres e prendê-las? Destaco sim, positivamente, o trabalho da PF. Há muito venho afirmando ser uma das raras instituições públicas que funcionam neste país, mas, o inquérito corria dentro de um padrão de “normalidade”, por assim dizer. Agora, por conta do abuso de poder expressado no cerco, a imprensa nacional, enfim, vira os holofotes para a questão e trabalha a indignação pública do povo.... mas em torno de quê???
Das, até aqui, em dois anos, 117 vítimas de abusos policiais?
Não! A imprensa está repudiando o cerceamento à informação. As vítimas vêm à reboque, como se o dano maior fosse a intimidação e não os assassinatos. Esse é o meu foco na questão.Estamos cansados de ouvir falar em “banalização da vida”, mas a coisa está desandando de vez. Não por conta de números de mortos, mas pela absoluta tolerância que as instituições públicas e privadas, e porque não dizer, a sociedade como um todo parecem alimentar com relação às atrocidades cometidas contra o indivíduo. A imprensa, de um modo geral, é omissa porque se manifesta incisivamente e cobra pesadamente somente quando pisam no seu calo. Talvez, não fosse o cerco policial intimidatório, teríamos mais dois anos com o número de vítimas dos pseudo-policiais dobrando para 234.
Vale lembrar que atos deste tipo primeiramente demonstram o nível do descaso com a Ordem Pública e a certeza da impunidade.
Link da notícia no G1:

terça-feira, 1 de março de 2011



Nesta terça, 01 de março, a Presidente Dilma participou do programa global matutino “Mais Você”, apresentado por Ana Maria Braga. Fez um omelete, mas isso não importa  rs. Dilma falou sobre muitas coisas e respondeu algumas perguntas, mas destaco abaixo e comento o que mais chamou-me a atenção em tudo o que ela disse.

Ouvi Dilma afirmar que o governo pretende exigir que os imóveis do programa “Minha casa, minha vida” esteja em nome da mulher porque entende que esta não vai  “passar o imóvel pra frente” por ser lá que ela se mantém com sua prole. O site da Globo divulga esta informação: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/03/01/em-programa-na-tv-dilma-foca-em-mulher-para-combate-pobreza-923900070.asp
“...O governo vai exigir que as mulheres tenham a titularidade das casas construídas à partir do programa de habitação Minha Casa, Minha Vida”.

 Acredito que a intenção da Dilma é boa, além de ser uma maneira de manter acesa a chama da representatividade feminina, o que é bom para a imagem política dela. Contudo isso me soa um tanto quanto preconceituoso. Qual o sentido prático disso? O incentivo à implantação da família matriarcal? É preciso que se diga que a lei não privilegia o homem quando um casal adquire um imóvel financiado. Ambos tem plenos direitos e deveres sobre o imóvel. E digo mais, no caso de uma separação judicial, normalmente são as mulheres que permanecem no imóvel com os filhos e o homem sai, o que já é visto com certa naturalidade pela sociedade como um todo. Sendo assim, que tipo de reparação a Presidente Dilma pretende empreender? Que tipo de melhoria para a família em si tal medida iria promover? Entendo que isso somente iria promover mais burocracia para uma questão que já é complicada. Por isso não acredito que isso sirva para outra coisa a não ser para a vinculação da imagem da mulher em torno da imagem política de Dilma.
Quanto ao “passar o imóvel para frente”, é preciso que se diga que é papel do governo e de suas abastadas e bem remuneradas instituições de regulação, fiscalizar os trâmites contratuais em curso. Isso não deve servir de muleta para a Dilma adotar medidas promotoras de imagem política. Há informações de que construtoras estão usando material de segunda categoria na construção dos imóveis, inclusive entregando imóveis inacabados ao usuário. Com isso o governo não se importa já que seu foco está todo nos dividendos políticos do número de novas unidades habitadas. Não interessa ao governo fiscalizar efetivamente as empreiteiras.

É por isso que digo que é justamente a política que macula e corrompe as ações de um governo.

sábado, 5 de fevereiro de 2011


O "UNIVERSO PESSOAL"
Quão estranho não nos parece o título destas linhas, "Universo Pessoal". Ora, se é universo, como ser pessoal? Como considerar que alguma coisa possa ter amplitude universal sendo de leitura pessoal? Mas é imerso neste paradoxo que entendo estarem as relações humanas. Não me refiro a nenhuma situação específica, mas falo de forma generalista. Tenho observado ao meu redor que as relações humanas, sejam em quais esferas forem, revelam um universo de pessoalidades. Todos são gestores (alguns se acham até criadores) do mundo e das circunstâncias que os cercam. Cada um tem razão sobre todos. Cada plano e projeto pessoal tem prioridade sobre os outros , assim como cada conceito e princípio. Não se considera a natural e salutar oposição pacífica de idéias diante de tão grande teia de possibilidades e que prevaleça o mais forte. Uma idéia deve vencer a outra. Uma idéia deve matar a outra. Uma idéia deve morrer!
Seria correta esta perspectiva predatória das relações humanas? A meu ver, e aqui sou bem mais específico, isso fundamenta alguns adoradores da "Lei do Gérson" que induz as pessoas a levar vantagem em tudo.
Critica-se a pilantragem alheia, porém é licito ser mais esperto e tentar conseguir vantagens nas situações corriqueiras. Isso chega a refletir até na forma como criamos nossos filhos. Lembro-me que a 12 anos passados, certa feita, em uma mesa de café da manhã no local onde trabalho, observei atentamente um amigo com um largo sorriso no rosto, contar as estripulias de seu filhão que estava agarrando as menininhas da sala de aula dele e que a mãe já teria ido duas ou três vezes na escola e não deu jeito e que ele estava sendo chamado. Dizia ele: “Esse moleque não é fácil. Vou ter que ter uma conversa séria com ele”. Contudo ele falava isso entre sorrisos e brincadeiras descontraídas de amigos de trabalho até que disse ainda: “Este moleque puxou o pai”.
Eu, quieto estava e quieto permaneci tomando meu café e somente observando, até que alguém me perguntou o que eu achava da situação. Eu resolvi responder em forma de pergunta. Eu sabia que ele tinha um casal de filhos sendo o garoto e a menina mais nova, lancei então: “O que você faria se fosse chamado à escola porque sua filha estivesse sendo agarrada por um menino da turma?”. Ele, imediatamente mudou o semblante, se esforçou para manter o sorriso sem graça no rosto enquanto outro amigo falava: “Está vendo? Pimenta nos olhos dos outros é refresco”.
Aqui, diga-se de passagem, temos muito mais do que simples machismo. Aqui temos o resultado de uma sociedade viciada nesta cultura predatória, onde o mais “esperto” é o que afere vantagem sobre seu semelhante. Alguns chegam a atribuir peso de honra a tais delitos morais.
De igual modo, vemos, nas relações profissionais onde interagimos com companheiros de trabalho, que muitos levam o dia a dia como se estivessem em um campo de batalha onde o seu companheiro de serviço é o seu principal opositor e adversário. Pessoas que deveriam estar unidas em torno de um ideal já que a lógica indica que se um ganha todos ganham e se um perde todos perdem. Mas ainda assim, os tais “espertos, malandros” desafiam a própria lógica como se estivessem cegos e perdidos, vagando em meio às suas sandices. Completamente avessos à qualquer princípio ético, alguns ainda ocupam funções de liderança e avaliam seus subordinados. Que tipo de avaliação profissional um sujeito desses pode produzir?
Cobramos do poder publico uma polícia mais honesta e eficiente. Profissionais da saúde mais humanos, políticos que não sejam corruptos...etc... Parecemos esquecer que somos nós que estamos lá. Policiais são pessoas, médicos são pessoas e políticos são pessoas. Será que não há algo de errado na consciência social? Entendo que mais dia menos dia vamos ter que repensar nossa própria existência enquanto seres sociais e gregários. E creio que isso vai se dar por força das circunstâncias, tamanho o nível de crueldade, desumanidade, desonestidade, e corrupção do gênero humano.