O que é morrer?
Uma pergunta com aparente facilidade para ser respondida. Uma falsa facilidade, porque o conceito de morte é bem mais amplo do que parece. Contudo, tomo como ponto de partida para esta breve reflexão o mais simples e lógico dos conceitos de morte. “Morte é ausência de vida”. Nada mais que isso, nada menos que isso. Apenas “ausência de vida”. A lógica clara desta afirmação envereda pelos rumos da obviedade. O que mais importa saber, além disso? Que tipo de desdobramentos tal conceito pode ter a ponto de revestir a questão da complexidade aludida?
E que objetivo tenho eu em ficar falando de um assunto tão normalmente evitado? O assunto morte.
Não há objetivo definido. Apenas reconheço que estou comovido com os últimos acontecimentos terríveis que abateram a população da região serrana. É difícil não pensar... é difícil não sentir.
Sentir? Quem, na verdade, está sentindo a profunda dor que consome a alma? Quem são aqueles que a cada amanhecer acordam inseridos no pior pesadelo de suas vidas?
Muitos mortos ainda estão andando entre nós.
Não consigo acreditar que um pai que perdeu seus 4 filhos como em uma reportagem que eu vi.... possa acreditar que ainda está vivo!!!
Não consigo acreditar que esse homem que carrega o caixão branco de sua filhinha sendo seguido pelo corpo da mulher trazido em cortejo, possa olhar para si mesmo e dizer “Estou vivo” e sentir-se feliz por isso. A pior das desgraças que pode acometer um ser humano não é a morte física, mas a morte da esperança. Isso sim é a mais perfeita expressão do que é “Ausência de Vida”. Essas pessoas que perderam toda a sua família, também morreram! Estão mortas, sem nome, sem esperança, sem perspectivas, pois os seus sonhos não têm mais futuro. Somente por Deus elas poderão novamente vir a ter uma vida, talvez... Contudo, nunca mais a mesma vida que perderam no mar de barro que varreu a sua história. O mar de barro que varreu para sempre as vozes daqueles a quem eles amavam.
Eu não vou escrever muito mais.
Nem pretendo fazer o que tanta gente já fez nestes dias. Criticar as autoridades.
São culpados sim, pelo descaso. Culpados por olhar para o povo e ver “gado eleitoral que produz o leite chamado VOTO”. Creio que já basta! Já temos provas o suficiente de que não podemos esperar dias melhores pelas mãos de políticos.
A reflexão que proponho é a busca de dias melhores através da mudança de mentalidade do povo. Sim do povo! Partindo desde o mais humilde dos homens até a mais alta esfera da sociedade. Não é tão difícil ver que estamos diante do resto de nossas vidas e que, a sociedade futura está sendo construída agora, por nossas mãos. Não façamos do descaso e do imediatismo a moeda de nossas relações. Precisamos reinventar a sociedade. Precisamos resgatar valores inestimáveis outrora perdidos por conta de nosso egoísmo, ganância e comodidade. A modernidade nos tornou menos “humanos” no sentido mais profundo da palavra. Precisamos nos reinventar. Cultivar o amor ao próximo, buscar a paz, a cura da alma.
Precisamos buscar uma nova forma de ver a vida. Não há uma fórmula pronta para isso. E talvez seja isso que nos distancie da ação. Somos frutos de uma sociedade pós-moderna que acostumou a planificar e mensurar tudo. É tudo lógica e razão. Mas...
Acaso alguém conseguiu mensurar o amor?
Acaso alguém conseguiu mensurar o valor de uma vida?
É possível racionalizar o sentimento?
O que mais nos faz falta, enquanto humanos, hoje, não pode ser obtido com toda a tecnologia e ciência do mundo. Se nada for feito; se não nos reinventarmos; estaremos fadados a ver a morte do que restou da “humanidade” do homem. E o que restará quando somente houver a razão + a tecnologia + a ciência? Seremos, a meu ver, como esse homem que carrega o corpo da filha sendo seguido pelo corpo da mulher... Não seremos mais ninguém! Apenas mortos que respiram e andam.
Uma pergunta com aparente facilidade para ser respondida. Uma falsa facilidade, porque o conceito de morte é bem mais amplo do que parece. Contudo, tomo como ponto de partida para esta breve reflexão o mais simples e lógico dos conceitos de morte. “Morte é ausência de vida”. Nada mais que isso, nada menos que isso. Apenas “ausência de vida”. A lógica clara desta afirmação envereda pelos rumos da obviedade. O que mais importa saber, além disso? Que tipo de desdobramentos tal conceito pode ter a ponto de revestir a questão da complexidade aludida?
E que objetivo tenho eu em ficar falando de um assunto tão normalmente evitado? O assunto morte.
Não há objetivo definido. Apenas reconheço que estou comovido com os últimos acontecimentos terríveis que abateram a população da região serrana. É difícil não pensar... é difícil não sentir.
Sentir? Quem, na verdade, está sentindo a profunda dor que consome a alma? Quem são aqueles que a cada amanhecer acordam inseridos no pior pesadelo de suas vidas?
Muitos mortos ainda estão andando entre nós.
Não consigo acreditar que um pai que perdeu seus 4 filhos como em uma reportagem que eu vi.... possa acreditar que ainda está vivo!!!
Não consigo acreditar que esse homem que carrega o caixão branco de sua filhinha sendo seguido pelo corpo da mulher trazido em cortejo, possa olhar para si mesmo e dizer “Estou vivo” e sentir-se feliz por isso. A pior das desgraças que pode acometer um ser humano não é a morte física, mas a morte da esperança. Isso sim é a mais perfeita expressão do que é “Ausência de Vida”. Essas pessoas que perderam toda a sua família, também morreram! Estão mortas, sem nome, sem esperança, sem perspectivas, pois os seus sonhos não têm mais futuro. Somente por Deus elas poderão novamente vir a ter uma vida, talvez... Contudo, nunca mais a mesma vida que perderam no mar de barro que varreu a sua história. O mar de barro que varreu para sempre as vozes daqueles a quem eles amavam.
Eu não vou escrever muito mais.
Nem pretendo fazer o que tanta gente já fez nestes dias. Criticar as autoridades.
São culpados sim, pelo descaso. Culpados por olhar para o povo e ver “gado eleitoral que produz o leite chamado VOTO”. Creio que já basta! Já temos provas o suficiente de que não podemos esperar dias melhores pelas mãos de políticos.
A reflexão que proponho é a busca de dias melhores através da mudança de mentalidade do povo. Sim do povo! Partindo desde o mais humilde dos homens até a mais alta esfera da sociedade. Não é tão difícil ver que estamos diante do resto de nossas vidas e que, a sociedade futura está sendo construída agora, por nossas mãos. Não façamos do descaso e do imediatismo a moeda de nossas relações. Precisamos reinventar a sociedade. Precisamos resgatar valores inestimáveis outrora perdidos por conta de nosso egoísmo, ganância e comodidade. A modernidade nos tornou menos “humanos” no sentido mais profundo da palavra. Precisamos nos reinventar. Cultivar o amor ao próximo, buscar a paz, a cura da alma.
Precisamos buscar uma nova forma de ver a vida. Não há uma fórmula pronta para isso. E talvez seja isso que nos distancie da ação. Somos frutos de uma sociedade pós-moderna que acostumou a planificar e mensurar tudo. É tudo lógica e razão. Mas...
Acaso alguém conseguiu mensurar o amor?
Acaso alguém conseguiu mensurar o valor de uma vida?
É possível racionalizar o sentimento?
O que mais nos faz falta, enquanto humanos, hoje, não pode ser obtido com toda a tecnologia e ciência do mundo. Se nada for feito; se não nos reinventarmos; estaremos fadados a ver a morte do que restou da “humanidade” do homem. E o que restará quando somente houver a razão + a tecnologia + a ciência? Seremos, a meu ver, como esse homem que carrega o corpo da filha sendo seguido pelo corpo da mulher... Não seremos mais ninguém! Apenas mortos que respiram e andam.