terça-feira, 1 de março de 2011



Nesta terça, 01 de março, a Presidente Dilma participou do programa global matutino “Mais Você”, apresentado por Ana Maria Braga. Fez um omelete, mas isso não importa  rs. Dilma falou sobre muitas coisas e respondeu algumas perguntas, mas destaco abaixo e comento o que mais chamou-me a atenção em tudo o que ela disse.

Ouvi Dilma afirmar que o governo pretende exigir que os imóveis do programa “Minha casa, minha vida” esteja em nome da mulher porque entende que esta não vai  “passar o imóvel pra frente” por ser lá que ela se mantém com sua prole. O site da Globo divulga esta informação: http://oglobo.globo.com/pais/mat/2011/03/01/em-programa-na-tv-dilma-foca-em-mulher-para-combate-pobreza-923900070.asp
“...O governo vai exigir que as mulheres tenham a titularidade das casas construídas à partir do programa de habitação Minha Casa, Minha Vida”.

 Acredito que a intenção da Dilma é boa, além de ser uma maneira de manter acesa a chama da representatividade feminina, o que é bom para a imagem política dela. Contudo isso me soa um tanto quanto preconceituoso. Qual o sentido prático disso? O incentivo à implantação da família matriarcal? É preciso que se diga que a lei não privilegia o homem quando um casal adquire um imóvel financiado. Ambos tem plenos direitos e deveres sobre o imóvel. E digo mais, no caso de uma separação judicial, normalmente são as mulheres que permanecem no imóvel com os filhos e o homem sai, o que já é visto com certa naturalidade pela sociedade como um todo. Sendo assim, que tipo de reparação a Presidente Dilma pretende empreender? Que tipo de melhoria para a família em si tal medida iria promover? Entendo que isso somente iria promover mais burocracia para uma questão que já é complicada. Por isso não acredito que isso sirva para outra coisa a não ser para a vinculação da imagem da mulher em torno da imagem política de Dilma.
Quanto ao “passar o imóvel para frente”, é preciso que se diga que é papel do governo e de suas abastadas e bem remuneradas instituições de regulação, fiscalizar os trâmites contratuais em curso. Isso não deve servir de muleta para a Dilma adotar medidas promotoras de imagem política. Há informações de que construtoras estão usando material de segunda categoria na construção dos imóveis, inclusive entregando imóveis inacabados ao usuário. Com isso o governo não se importa já que seu foco está todo nos dividendos políticos do número de novas unidades habitadas. Não interessa ao governo fiscalizar efetivamente as empreiteiras.

É por isso que digo que é justamente a política que macula e corrompe as ações de um governo.

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