terça-feira, 30 de setembro de 2014


Se tem um assunto que me enoja é política. Claro, falo especificamente de política partidária porque a política, na concepção generalista da palavra, está em tudo. Tudo é política. Sua reputação e respeito no trabalho dependem de sua competência profissional mas também de sua política relacional. A sua convivência com a vizinhança no seu prédio, rua, dependem da "polítida da boa vizinhança". Às vezes é necessário engolir um sapo...ou até muitos sapos transformando a barriga em pântano hehehe.

Enfim, abordo aqui, especificamente, a política partidária que determina os rumos desse país. Estamos a alguns poucos dias de mais uma eleição. E o que vemos são velhas mentiras travestidas com roupas novas. Os discursos falam exaustivamente em "renovação", "mudança", mas no fundo é sempre mais do mesmo.

Está completando um ano das grandes manifestações populares. Faz um ano que "O Gigante Acordou", mas parece que tornou a dormir. Falo isso mas não é pelos 20 centavos, nem mesmo pelos black blocs que descambaram para a desinteligência do vandalismo, e conseguiram com isso, tirar o foco dos problemas em si e, sobretudo, legitimaram o emprego de truculência por parte de governos corruptos que não pensaram duas vezes em esmagar com vigor os movimentos públicos e silenciaram a reboque, as vozes que deveriam ser ouvidas. Com isso conseguiram fazer com que se perdesse em meio aos estrondos de bombas e gases lacrimejantes, perguntas incômodas para as quais não queriam dar respostas.
Marginalizaram as manifestações. Estas eram legítimas e tinham foco. Expunham as mazelas dos governos. Cobravam um posicionamento público. As manifestações obrigaram esses trastes políticos a se reunirem e traçarem estratégias de ação e resposta aos anseios populares. Por alguns momentos... apenas alguns momentos... os dizeres da foto acima tiveram vida.
Não foi pelos 20 centavos que os políticos se aterrorizaram. Definitivamente não foi pelos 20 centavos.
Mas... o vento de lucidez passou... e o voltamos ao velho "pão e circo". Creio que a maior evidencia de nosso inegável conformismo está traduzido pelas pesquisas das intenções de voto. Os três candidatos mais proeminentes, que tem alguma chance de lograr êxito em seus pleitos, todos eles representam a continuidade do atual modelo. Se fossemos um povo realmente indignado a abstinência as urnas seria em massa... Ou o voto nulo seria maior do que a preferencia entre estes trastes. Mas, ainda somos massa de manobra. O povo ainda é movido pelas propagandas que vinculam a escolha positivada ao exercício da cidadania. O povo sequer se dá conta de que a sua cidadania é conquistada com 5 meses de trabalho de graça, todos os anos, para sustentar esta máquina de corrupção chamada "Governo".